Respira, democracia!
- Hari Alexandre Brust Filho
- 12 de set.
- 2 min de leitura

O Brasil assiste a um momento que entra para a história: O STF declarou Jair Bolsonaro culpado por conspirar contra a nossa democracia, por liderar uma organização criminosa que tentou impor ao povo brasileiro a violência do golpe.
Essa condenação não é apenas o veredito sobre um homem: é a vitória da democracia sobre o autoritarismo, é a reafirmação de que nenhum poder se coloca acima da lei e de que quarteladas não terão mais lugar no destino da nossa pátria.
E, neste instante, é impossível não lembrar o legado de Getúlio Vargas, de João Goulart e de Leonel Brizola. Foram eles que, em momentos decisivos, mostraram ao Brasil que democracia e soberania nacional caminham juntas. Foram eles que ensinaram que o poder deve estar a serviço do povo, da justiça social e da independência da nação.
Getúlio defendeu os direitos dos trabalhadores e consolidou a ideia de que o Estado existe para proteger o mais fraco. Jango ousou propor reformas de base que pudessem libertar o Brasil da dependência e da desigualdade. Brizola resistiu bravamente à ditadura, proclamando da legalidade que não há soberania sem democracia, nem democracia sem soberania.
Hoje, ao condenar Bolsonaro e seus generais golpistas, a Justiça brasileira honra essa trajetória. O país diz, em alto e bom som, que o tempo das tutelas militares ficou para trás. Que as Forças Armadas devem se alinhar ao seu verdadeiro papel: a defesa da Constituição e da soberania do Brasil.
A democracia brasileira ainda é jovem, mas provou ser forte, capaz de resistir, capaz de se reinventar. O recado que ecoa é o mesmo que ecoou da Carta Testamento, do comício das reformas, da Rede da Legalidade: o Brasil não se curva ao autoritarismo, o Brasil pertence ao povo.
Este julgamento não encerra a luta, mas inaugura um novo capítulo. A partir de hoje, está dito para sempre: quem conspirar contra a democracia será responsabilizado.
O fantasma de 1964 começa a ser exorcizado, e com ele se fortalece a esperança de um Brasil justo, soberano, sustentável e democrático.
A democracia respira. E quando a democracia respira, respira junto o coração do povo brasileiro.
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