
Carta de Belém
Nós, representantes do movimento Ecotrabalhista, reunidos em Belém, às vésperas da COP 30, afirmamos nosso compromisso comum Brasil justo, soberano e sustentável.
Inspirados pela Carta de Lisboa, de Leonel Brizola — marco da reorganização do trabalhismo e da luta pela redemocratização do Brasil — e guiados pelos princípios do trabalhismo histórico e da ecologia integral, lançamos este manifesto ao povo brasileiro e às futuras gerações.
A Carta de Lisboa, escrita em um tempo de exílio e resistência, proclamou que o Brasil só seria verdadeiramente livre se fosse democrático, soberano e socialmente justo. Hoje, diante da urgência climática e das novas ameaças à democracia, reafirmamos esse legado, ampliando-o para incluir a luta pela justiça ambiental e pela defesa da vida no planeta.
Vivemos um tempo marcado por crises ambientais sem precedentes, por desigualdades sociais intoleráveis e por ameaças recorrentes à soberania e à democracia. Como nos ensinou o trabalhismo, não há desenvolvimento verdadeiro sem justiça social; como nos exige a ecologia, não há futuro possível sem equilíbrio com a natureza.
Convocamos, portanto, a nação brasileira a reconstruir seu caminho com base em um novo projeto de país — um projeto EcoTrabalhista, enraizado na dignidade do trabalho humano, na soberania em defesa dos bens nacionais, na proteção da biodiversidade amazônica, na solidariedade internacional e na certeza de que a democracia deve ser radicalmente popular e participativa.
Assim como a Carta de Lisboa foi um farol na luta pela redemocratização, queremos que Belém seja um marco no século XXI: o lugar onde reafirmamos que não há soberania sem justiça social, não há justiça sem democracia, e não há democracia sem respeito à vida, à natureza e à sustentabilidade.




