PRONUNCIAMENTO DE LEONEL DE MOURA BRIZOLA,  POR OCASIÃO DA CONVENÇÃO DO PDT,  NO DIA 22 DE JUNHO DE 2002. UNIÃO PDT COM PTB

 

Degravado pelo Movimento Autenticidade Trabalhista

 

Fala o dep. Vieira da Cunha, presidente do Diretório Regional:

“Companheiros e Companheiras, com a palavra o companheiro Leonel Brizola, Presidente Nacional do partido Democrático Trabalhista.

Aqui está o outro colega de vocês e que vai estar lá no Senado da República representando o povo do Rio Grande e o povo do Rio de Janeiro.

Com a palavra o Senador Leonel de Moura Brizola:”

 Fala Leonel de Moura Brizola:

“Companheiros e companheiras, deputado Vieira da Cunha, nosso presidente, companheiro Zambiasi; companheiro Fortunati, minhas saudações a todos os que estão na mesa. À nossa companheira Sonia, ao companheiro Petroski.

Minhas saudação especial a dona Regina e a todos os companheiros da Velha Guarda. Faltou citar  o nosso Matheus Schmidt. Não é verdade?  Grande companheiro da historia do  nosso partido, bem como a muitos outros  que aqui estão.

Minhas saudações aos nossos prefeitos, nossos vereadores, nossos deputados, federais e estaduais, aos nossos presidentes do Interior, os nossos companheiros do PTB e do PDT.

Caro Zambiasi, sempre faço um aviso prévio quando pego o microfone, (. . .) O companheiro sabe que eu não posso me defrontar com um microfone e ai vou ficando,  mas  desta vez não vou ficar, já é um  tarde.

Companheiro, fizemos uma grande convenção e, por conseguinte, vamos tomar aqui alguns poucos assuntos que representem  este momento que estamos vivendo.

Eu sempre digo a vocês que estamos fazendo história e não sabemos que estamos fazendo.  Mais adiante é que nós vamos nos dar conta de que estávamos lá, fizemos parte daqueles momentos.  Eu ajudei com a minha presença e com minha participação.

Companheiros, observem a importância do presente momento. Este é o momento em que nós estamos fazendo historia. Nós estamos juntando aquilo que se separou há muitos anos. Há vinte e dois anos. Vejam que tem uma porção de coincidências, já quando falamos no vinte e dois. Nós estamos fazendo historia como foi dito aqui precisamente pelo Zambiasi. Vai se formar aqui a maior força política do RS, o maior instrumento de realização, de projeção do povo gaúcho, que é o trabalhismo unificado. É esta força que representa a união do PTB com o PDT.

Vocês não pensem que eu também estou dizendo o PTB na frente. Olha ele está mostrando que o coração dele está aí  nesta sigla. Não vão pensar isto aí não. Eu quero dizer que é por cortesia. Como sou eu que estou falando, tenho que citar vocês em primeiro lugar. Mas não deixa de haver também um pouco desta saudade. É o que ocorreu. Temos o companheiro Jefferson que diz: nós somos a moldura, ele é o retrato, aí é que vai ficar bem.. Eu tenho uma outra metáfora de explicar essa situação quando houve a divisão. Não é que um tenha   saído e o outro tenha ficado. Ocorreu o seguinte: quem não ficou no partido se filiou no PTB. Poder-se-ia dizer também: nós ficamos, eles saíram. Como é que vamos explicar isso? Nós ficamos e eles levaram a casa. Então, como é que foi? Nós saímos da casa e eles ficaram na casa ou nós ficamos ali no campo limpo e eles levaram a casa. E criou-se  um problema de identidade para nós. Eu andava por aí dizendo “não deixe de deixar o endereço aqui”  e quando eu deixava o endereço era o da casa. Eu sou aquele mesmo, o José mas agora preciso me chamar de Antonio, de Pedro. Nos criou um grande problema de identidade que estamos solucionando hoje, aqui, neste ato importante .  O que vai acontecer daqui por diante, não tem importância, é secundário. Nós vamos tratar de nos chamar os dois partidos juntos. Num clima de festa vamos fundir e ficarmos num só, numa só sigla, num só nome, compreenderam? É uma questão que os dias futuros vão fazer essa união, sem nenhum problema, sem nenhum constrangimento, sem nada, porque o que queremos é ser fiéis às nossas raízes, às nossas origens. Ao pensamento original. Este é que vai nos dar a luz, a energia para solucionarmos as nossas preocupações com o futuro. Porque é claro, nós somos ricos de história  mas a historia  para nós é o cimento que garante a nossa estabilidade. Nos dá segurança para a nossa visão. Mas verdadeiramente a nossa grande preocupação é com o amanhã., é com o futuro. É com as novas gerações. É com o amanhã da nossa pátria, da nossa nação. Então nós temos que viver mais preocupados com os projetos do que com as recordações. Elas são importantes porque nos dão a identidade, nos permitem calçar o pé na macega. Temos o pé calçado na macega porque temos história. Povo que não tem história não tem presente muito menos futuro. Assim também são as pessoas, são as coletividades, são os partidos. Nós com a historia rica, somos o produto de uma época, de uma fase da vida brasileira riquíssima. Criativa.Que fez o Brasil dar um salto. Hoje estão ai estes problemas que vem ao nosso conhecimento por força dos meios de comunicação. Hoje nós estamos assistindo a uma partida de futebol, chegamos a levantar de madrugada, assistindo a uma partida de futebol do outro lado do mundo, com todos os detalhes, os acontecimentos que ocorrem por toda a parte, trabalhando a nossa mente. Mas analisamos tudo isto em função das nossas raízes, dos valores que nos que incutimos em nossa mente,  que incutimos em nosso coração. Aquelas passagens humildes, simples, lá da nossa infância no interior perdido, todo aquele calor, todo aquele sentimento de nossos pais, amigos, das nossas regiões, aquilo é que formou toda esta qualidade. Uma espécie de diamante que encontramos ali no meio da areia, do pedregulho, da natureza e nós, através de todas as experiências que tivemos, das lições que recolhemos, das bênçãos que recebemos, ou deste período marcado pela presença deste homem excepcional que foi Getulio Vargas. Nós fomos beneficiados por essa época, fomos como aquele diamante, lapidados por aquele banho de idéias, pelo trabalho de uma geração inteira, de toda uma época, que é o que trazemos para este momento de reconstrução. É uma coisa interessante que todo este problema de esquerda ou  de direita foi batendo tanto que foi encucando na nossa mente. A historia criou estas imagens de esquerda  e direita  que calaram na mente humana mas que se nos detivermos vamos ver que para um prefeito, só  para dar um exemplo, um buraco na rua não faz diferença se o mesmo está localizado na esquerda ou na direita da via pública, não é verdade? Aquilo depende do sentimento do dever dele, de trabalhar, o seu amor a coletividade. E se nós examinarmos bem a falta de escola numa comunidade, de educação para toda uma geração de crianças não é nem de esquerda ou de direita. É falta de escola mesmo, às vezes por indiferença de governantes, de gerações que deixaram ao abandono aquelas crianças.

Assim é o nosso partido: o Trabalhismo. Ele não é uma corrente que se possa caracterizá-lo como uma corrente de esquerda ou de direita. Nós somos aquilo que o Pasqualini dizia. Ele interpretou com muita sabedoria esses aspectos. O presidente Vargas, então mais caracteristicamente. Ele  era da generosidade, da solidariedade. Era um homem de profundos sentimentos humanos que sobrepassou a sua  vida. Quando resolveu dar aquele tiro no coração ele não foi um suicida. Ele decidiu morrer para defender aquelas conquistas do povo brasileiro. Se ficasse vivo o desmoralizavam e com isto iam desmoralizar as conquistas do povo trabalhador, da nossa gente que sustentava já com tanta força a soberania nacional.

Hoje estamos vivendo o problema da Argentina o que nos trás muitas preocupações: vocês sabem que em 1950, quando o presidente Vargas, depois de viver aquelas experiências todas e ficar sozinho lá em São Borja, diz que o que ele tinha com ele era um jardim de infância: era o Jango, o Maneco, o Brizola.

Nós éramos todos uns guris. Jango estava em São Borja e era tudo para ele. Foi com  quem ele contou.  Essas foram as pessoas com as quais ele pode contar nesses momentos difíceis de sua vida. Não pode contar nem com o irmão que ele prestigiou e deu força. Ficou lá o Dr. Protásio Vargas, presidindo o PSD. Todos os quadros do governo dele presidido ficaram no PSD. Ficou sozinho, contando, apenas, com os líderes sindicais, como Carlos José Vechio, professores e uma gurizada. Estudantes, muito poucos, mas podia contar com o povo pelo Brasil inteiro.

 Então era um  sentimento que ligava.

A esquerda, naquela época, era representada pelo Prestes, homem de alta respeitabilidade, de alta moralidade, de alta conduta.  Prestes foi como comandante militar de todas as figuras que mais tarde se notabilizaram na política brasileira, tais como Juarez Távora e o Cordeiro de Farias, ambos militares também que mais tarde tomaram rumos diferentes do chefe.

Prestes chefiou a famosa caminhada pelo Brasil inteiro que tomou o nome histórico de coluna Prestes. Ele como capitão que, pelo seu valor pessoal, liderou a maior caminhada de protesto da América do Sul.  Não era comunista ainda. Mais tarde divergiu dos outros  e tomou o rumo do socialismo mas   nunca perdeu suas virtudes pessoais tanto que, depois de ele ser abandonado,  expulso do partido, nós  achamos que em função da nossa historia tínhamos que busca-lo onde estivesse e o recolhemos. Como não havia lugar que pudesse servir para aquele homem, de tão grande que era, o acolhemos como presidente honorário do nosso partido e até hoje se conserva seu retrato na galeria dos grandes vultos do partido.

Se cito isto  e seus feitos é para lembrar que Getúlio foi o que foi sem nunca  se declarar de esquerda, nem de direita, porque seus atos concretos mostravam para onde ele queria levar o Brasil. Levar para uma situação melhor em ambiente de igualdade social. Seus atos concretos levavam a isto. As divergências, as incompreensões, os problemas, os choques acabaram por levar Prestes para a prisão.

Quando Getúlio estava por cair por causa do Estado Novo, todas as elites brasileiras, abertamente, ou subrepticiamente dentro do próprio governo, já se posicionavam contra Getúlio. Prestes saiu  da cadeia, da prisão. Quando lhe perguntaram ao microfone: o senhor o que é que vai fazer? Eu  vou organizar a esquerda e organizar o Partido Comunista Brasileiro. E o que é que o senhor pensa de Getúlio, perante a população que se encontrava nas ruas e os comunistas junto com a UDN contra o Getulio: “Eu  vou lutar por uma constituinte, com Getúlio no poder”, embora até os comunistas estivessem nas ruas fazendo protestos juntamente com o pessoal da UDN.

Vejam senhores e senhoras os caminhos, os encontros e desencontros que levaram essas duas grandes figuras a estar em alguns momentos juntos, ao passo em que outros momentos em lados diferentes. Em seguida, derrubaram Getúlio e não obstante essa situação Prestes continuou sua luta em prol da constituinte ao lado de Getúlio.

Enfim, o Trabalhismo, ai, foi tomando força política. O partido nessa época era pequeno, mas na primeira eleição  elegeu Getúlio senador por Rio Grande, São Paulo e deputado por onze estados. Naquele tempo esse tipo de eleição podia ser feita. Hoje não é mais possível, se fosse estaria eu ajudando vocês aqui.

Nunca houve uma definição. As forças de esquerda seguiram. Sempre nos olharam as esquerdas clássicas. Quando por força dos acontecimentos chegamos ao governo, principalmente depois da legalidade, eu digo a vocês: nós nunca deixamos, antes e depois da legalidade, principalmente, de estender a nossa mão aos comunistas, sempre perseguidos de todos. Sempre tiveram a nossa amizade, a nossa compreensão. Nunca deixamos de emprestar solidariedade a chamada esquerda nos momentos necessários e adequados, até porque os objetivos eram semelhantes, embora os meios fossem diferentes. Nunca fizemos questão de estarmos nos proclamando de esquerda.

A rigor, nós, realmente dizíamos em nosso discurso que analisávamos o mundo, em nossos discursos, nem Nova Iorque e, nem em Moscou. E não me lembro onde foi que ouvi de Alberto Pasqualini, em meio a um grupo de jovem, coisas que ele não deixou escrito. Mas que disse a nós.  “Não era Moscou , nem Nova Iorque:  era Trabalhismo, porque nós procuramos um processo de evolução que não era não era a Social Democracia.”

Eu estive lá, vejam bem! Lá no Internacional-Socialista, onde existem três correntes: os socialistas, os  sociais-democratas e os trabalhistas, britânicos, naquela linha libor-britânicos que é, por assim dizer, australiano, canadense.

Nos não somos bem, embora sendo nosso partido, freqüentando aquele movimento social de Vargas fosse. Lá estávamos nós representando um movimento social, contido no Trabalhismo Brasileiro de Vargas, ao lado do mesmo Trabalhismo inglês que havia derrotado Winston Churchill, o grande herói da segunda guerra mundial, elegendo um outro cujo nome não representava muito, primeiro-ministro. Era a grande vitória do Trabalhismo inglês. Mas nós não éramos bem aquilo, porque éramos do terceiro mundo. Nós éramos ali alguma coisa diferente, com identidade própria. De forma, companheiros e companheiras, que o nosso trabalhismo não foi um transplante. Nós não pegamos uma  mudinha, compreenderam? Nós não pegamos nada dos socialistas-teóricos, dos socialistas fabianos e não sei mais o quê. Todas aquelas idéias, teorias, experiências que surgiram na Europa nada nos serviu de modelo. Não, nada temos do Trabalhismo Inglês, nada foi transplantado para o Brasil e muito menos para o Trabalhismo Brasileiro, o nosso trabalhismo é autóctone, ele é crioulo, é autenticamente brasileiro. Na América Latina não há nada igual a nós. Eu conheço, eu andei por ai, por todos os lugarzinhos da América Latina.  Não há nada igual ao Trabalhismo Brasileiro. Existem movimentos de idéias que até Getúlio captou, como é o caso daquele movimento peruano, compreenderam? Famoso, realmente famoso, por ser provavelmente, o primeiro, sem falarmos nos movimentos mexicanos. Vargas andou por lá, mas o trabalhismo é autóctone. Ele se baseia em dois ou três enunciados que são vivos, plenamente vivos, principalmente, levando em conta o momento em que estamos atravessando com crises, dificuldades, sem saber como é que o Brasil vai se sair. Pois bem, aqui temos o Trabalhismo e ele dá soluções claras e racionais sem precisar dizer que somos de esquerda ou de direita. Ele  dá soluções concretamente. Por exemplo: aqui foi falado pelo Fortunati, nosso candidato ao governo do Estado a questão da escola integrada e sobre outros problemas. Também foi falado pelo Barbozinha, com o seu jeito próprio de se expressar e com sua forma especial de dizer as coisas, algumas afirmações que evidenciam o nosso jeito comum de encarar os nossos problemas e as prováveis soluções que serão, fatalmente, encontradas no conjunto entre os dois partidos.

O Trabalhismo, senhores e senhoras, é assim. Ele não precisa dizer se é de esquerda ou de direita. Ele simplesmente nos dá a solução.

Escola integral. Perfeitamente. É um movimento que tem  uma natureza humana, profundamente humana e, porque não dizer: é cristão. É, por tudo aquilo que representou a presença de Cristo na Terra e foi de tal ordem que nossas idéias, todas, humanas por excelência, estão em nossos corações. Quando ele disse: “Olha que vai ser mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino do Céu.” Olha que aquela frase foi uma expressão simbólica, não é verdade? Mas é evidente que ele quis dizer muita coisa, como na frase do sermão da montanha: “Bem aventurados os pobres, pois deles é o Reino do Céu.” E em outras palavras, os excluídos, pois deles é o reino dos céus. São expressões que nos dão o que pensar, apesar do tempo em que foram pronunciadas. Como diria o Zambiasi, o cristianismo quiz dizer todo esse humanismo que nós assimilamos. Então esta doutrina humana que procurou expressar através de algumas definições, de alguns enunciados, isto é  o Trabalhismo.

Caros companheiros e companheiras, é bom que se diga em alto e bom som: nós não queremos excluir o capital, porque que ele faz parte da vida. O capital é um instrumento. O que é o dinheiro, o capital senão o trabalho economizado. Alguém trabalhou para que exista aquele dinheiro ali. Alguém trabalhou para que exista aquele capital. E este vem de trabalho, é trabalho economizado. Ele é a fonte principal e originária de todos os bens produzidos. A função destes é a satisfação de necessidades. O valor dos bens reside, portanto, na sua utilidade e no trabalho que concorre para produzi-los. Senão vejamos: alguém trabalhou para que exista aquele capital. E este vem de trabalho, é trabalho economizado. Então faz parte da realidade. Se tudo isso é verdadeiro, perguntar-se-ia, o que está errado nisso tudo? E nós trabalhistas responderíamos, o que está errado é a distribuição, é a existência do capital como instrumento de exploração do ser humano, de opressão do ser humano.

É aí que nós nos apresentamos, aí entra o trabalhismo, compreenderam? O que nós trabalhistas queremos é resolver os problemas, as dificuldades,  nós queremos é construir a felicidade humana e a  felicidade humana não está na riqueza mas na satisfação de todas as necessidades. E nós queremos construir tudo isto através de uma fonte que é maior que o capital. Fonte geradora do capital que é o trabalho. Com o trabalho construímos tudo, inclusive o capital, em vez de estar nos entregando de uma maneira absoluta. Há mentes que não tem solução para nada sem ter o capital ou num banco daqui ou num banco externo. Como aqui não tem para todos fixam que tem que ser lá de fora. Não excluímos que sejam daqui ou lá de fora mas a essência do nosso desenvolvimento é com o trabalho do povo brasileiro e temos riqueza natural .

Não há país como o Brasil, que tenha a massa física que temos e uma população imensa, grandiosa como a nossa, clima favorável à vida humana, (. . . ) então somos um pais prodigioso .Temos um povo que é capaz!

Na partida com a Inglaterra  e eu nunca vi partida de futebol mais extraordinária, mais rica de criatividade do que esta. Vou dizer uma coisa, deixem o nosso povo, deixem a nossa gente lutar por ela mesma para ver o que acontece (. . .) Fizemos futebol para inglês ver .(. . .)

Por isto, estas divagações que não estavam no meu programa. Eu me sinto muito confortável no momento em que estamos vivendo. E  não é que eu estivesse pessimista, cético. É que  seria uma coisa tão boa acontecer um episodio como estamos vivendo que ate nem eu acreditava bem. Como a historia do São Tome . Eu quase não