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Participação na política, mercado de trabalho e remuneração estiveram em debate

No dia em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-americana, 25 de julho, a Coordenadoria da Mulher da Prefeitura de Charqueadas organizou o 1º Encontro de Mulheres Negras. Questões como a participação da mulher negra na política, remuneração e aceitação no mercado de trabalho estavam entre os assuntos tratados no encontro.

A cada dia, a mulher negra vem buscando seu espaço no mercado de trabalho e, também, no meio político, onde hoje o principal problema não é o desrespeito ou atos de racismo, mas a falta de espaço dentro de grupos político, na avaliação de Emi Veiga Camarim, presidente estadual do Movimento Negro do PDT.

- A mulher negra, mesmo tendo o empoderamento, ainda é excluída. Houve um crescimento da participação da mulher negra na política, mas o que acontece hoje é a disputa pelo poder e espaço, e as mulheres negras ainda sentem falta de espaço- disse Emi.

Em pleno século XXI, ainda existem locais de trabalho que pagam um salário mais alto para o público masculino. As mulheres negras também enfrentam esse problema em comparação com outras etnias, recebendo um salário menor ocupando os mesmos cargos.

- Os salários que a mulher negra recebe são menores. Às vezes, mesmo tendo menos potencial, uma mulher branca tem o salário mais alto. Essa disputa não deveria ter cor - afirma Emi.

Por meio de um monólogo, a atriz Sílvia Duarte mostrou um pouco da realidade vivenciada pelas mulheres negras em seu dia a dia. Para ela, até hoje as mulheres sofrem as consequências de um preconceito histórico, herança do tempo da escravidão, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal.

- A mulher negra tem um enfretamento diante do machismo, racismo e desigualdades sociais. Existe um processo histórico muito injusto. As mulheres negras são as primeiras a ficar desempregadas, ganham o menor salário e possuem o maior índice de desemprego – disse Silvia Duarte.

A diretora do Sindicato dos Empregados do Comércio de São Jerônimo, Sílvia Dutra, falou a situação da mulher negra no mercado de trabalho.

A cultura também foi assunto no encontro. Flávia Vaz falou sobre a força da mulher na cultura afro-brasileira.

Raça e etnia no Brasil

O Brasil é considerado um país com uma enorme miscigenação étnica, como os indígenas, portugueses, holandeses, italianos, negros, japoneses, árabes, e etc. Mas não se pode dizer que há diferença racial entre os brasileiros, já que a raça humana é uma só.

Cada região brasileira, devido ao seu contexto histórico particular, possui uma predominância de determinada etnia.

Os processos migratórios no Brasil foram fundamentais para a variedade de etnias brasileiras. Além dos grupos culturais de imigrantes, a miscigenação permitiu a criação de grupos étnicos próprios do Brasil, como os caboclos e mulatos.

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