Diretório Estadual do Rio Grande do Sul

O AQUIFERO GUARANI

Autor: Carlos Petersen

Do Movimento Autenticidade trabalhista

 

O mundo moderno, face, a progressiva e continua ação deletéria de avanços industriais incontrolados, da agricultura e pecuária não relacionadas com tecnologia ambiental adequada, com o desmatamento progressivo e descontrolado, esta perplexo assistindo a constante e persistente queda de qualidade de vida, com visíveis possibilidades de se tornar inadequado a manutenção da vida como a conhecemos.

Os Partidos Políticos têm, necessariamente como escopo a busca da Direção Governamental em todos os níveis (Município, Estado e Nação) e, como tal, em seus Programas, buscar a sustentabilidade do meio ambiente nosso e, do mundo em que vivemos. Isto, claramente, em todos seus objetivos, sem descurar, contudo o econômico e o social.

A natureza foi extremamente dadivosa com nossa pátria, dotando-a de forma exuberante de elementos vitais e riquezas incomensuráveis. Cabe criar os mecanismos de seu amplo e racional aproveitamento. Por isto: Água, Floresta Amazônica e Pré- Sal devem ser parte integrante de nosso Programa.

Somos sabedores que alguns destes temas são de clara atribuição da esfera estadual ou municipal, todavia alguns aspectos precisam, mesmo assim serem abordados, face sua interligação com claros princípios do interesse coletivo nacional.

Água Superficial e Aqüífero Guarani

A água, precioso bem, que suporta a vida, em todas suas manifestações, ate bem pouco tempo considerada recurso natural renovável. Hoje não mais pensamos assim e são inúmeras as razões para que nos preocupemos. A água abunda na natureza, ocupando 75% da superfície terrestre, mas destas 97,5% são águas oceânicas, salgadas, pois, com elevadíssimo custo de aproveitamento econômico; 2% são geleiras e, apenas 0,5% de água doce são superficiais ou subterrâneas.

A população humana em conseqüência de constantes avanços da área médica tem alargado extraordinariamente sua expectativa de vida em todos os quadrantes da terra, e que associado a natalidade ocasionam significativo crescimento populacional. E o uso da água tem se diversificado de forma tão extraordinária, que podemos já alvitrar de sua escassez em anos vindouros e associada a seu inestimável valor vital a incidência de acentuada valorização econômica, inimaginável hoje.

O Brasil é detentor de 15% das reservas de água doce de todo o mundo. Esta riqueza exige preservação. Não podemos descurá-la. Nosso sistema hídrico de superfície, rios e lagos, é o maior do mundo e, a ele se adiciona o subterrâneo, igualmente a maior reserva do mundo, a riqueza extraordinária do Aqüífero Guarani.

É o Aqüífero Guarani o maior manancial de água doce subterrânea do mundo com área de 1.2 milhões de quilômetros quadrados, extendendo-se pelo Brasil, Uruguai e Argentina.

Predomina em território brasileiro, uma vez que dois terços de seu total se desenvolvem através dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A sua espessura supera na maior parte de seu trecho 800 metros. Estudos técnicos admitem espessura média de 250 metros, estimando-se, assim, que a reserva permanente do aqüífero alcance a ordem de 45000 quilômetros cúbicos.

Sua recarga anual é da ordem de 160 quilômetros, possibilitando, por isto, a tranqüila viabilidade de exploração de 45 quilômetros cúbicos por ano, sem risco para o sistema.

As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento publico, confinada, exploradas por poços, que podem atingir 1500 metros de profundidade e, produzindo vazões superiores a 700 metros cúbicos hora, cerca de 200 litros por segundo.

No Brasil já ocorrem mais de 2000 poços em operação o que já estabelece a necessidade de medidas protetoras nas áreas de recarga abrangida por estes poços.

A qualidade indiscutível de suas águas associada à natural filtragem das águas profundas, libertas de poluentes, sem a exigência de aditivos químicos indispensáveis a obtenção da potabilidade das águas superficiais a transformara com o tempo, indubitavelmente, no manancial mais econômico para consumo humano e suas necessidades aditivas. 

O Programa Partidário com o esforço conjunto de sua inteligência interna saberá montar as regras que queremos para viabilização de permanente proteção, tanto para as áreas subterrâneas, de afloramento e superficiais, com regras especificas, neste caso, para a agricultura com vistas à utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas.

E por que não, inclusive, já que supera, se adequadamente protegida for e em muito nossas demandas, cogitar de futura obtenção de divisas e fortalecimento de nossa economia com exportações, viabilizáveis por embarcações nos moldes dos grandes petroleiros.